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PARA AJUDAR A DIGERIR A VIDA.

terça-feira, maio 20, 2008

Lobos Maus Domingueiros

Acho graça.
Nos domingos chuvosos grupos de lobos a hélio voam sobre as nossas cabeças, à espera.. “Olha para mim. Vê-me. Sente-me.” Pedem para entrar e deixamos. Deixamos porque algo neles é tão familiar que reconhecemos o sabor de amigos perdidos, o perfume de lugares embalsamados na nossa memória ou o contorno de sentimentos cobertos de pó. Entram, sentam-se no sofá de armas e bagagens com olhar de desafio.
Vou pôr a música mais alta e abanar a anca.
Não, ler, vou ler.
Precisava mesmo era de ir ao cinema ver um filme idiota.. Vou mudar para a TVI e ser kamikaze..
Ele continua sentado. Raios.
Batem à porta. É ele. Adoro como sobe as escadas com os pés para fora. Sentamo-nos os dois no sofá, cada um com a sua montanha negra ao lado. Enrolamos as mãos, trocamos os pés e descansamos um no outro. Decidimos deixar os lobos em casa e ir jantar fora, afinal Domingo à noite é dia de Pizza.

terça-feira, abril 22, 2008

To Plant or not to Plant

Jardinagem_Arte de criar e de fazer a manutenção de plantas, com o objectivo de embelezar determinados locais, públicos ou privados.

Fico deslumbrada com o potencial de uma semente. Fico embevecida com a fantasia de uma flor. Mas nada me deixa mais boquiaberta do que o processo de Transformação de uma em outra. Posso ler todos os livros de plantas, ouvir conselhos de especialistas, mães galinha ou confidentes de longa data apoiadas em mapas astrais. Comprar os melhores fertilizantes, deitá-las em vasos Swarovski e regá-las com Evian.. mas nada me garante o resultado final. Nada me descansa que no fim vão ficar perfeitas e que vão durar uma vida. Mas certamente passarei longas tardes perfeitas à espera que cresçam perfeitas. Com os pezinhos tanto tempo na terra, com sorte quem cresce sou eu.

sexta-feira, março 28, 2008

What Catita Sounds Like


segunda-feira, maio 14, 2007

De volta à estrada

Voltei a jogar ténis. Demorou 10 anos. Muito se passou. Tudo se passou.
Mas a sensação de voltar a jogar contra todas as possibilidades é surpreendente.
Agora falta perder o medo. O medo de correr para a bola sem pensar em mais nada. Correr e não pensar nas consequências. Abandonar a dor. Soltar o corpo.
Curioso. O medo que tenho de vencer no court é o mesmo que tenho de vencer na vida.

quinta-feira, abril 26, 2007

Super Food

Focar. Focar tudo numa só pessoa. No que ela nos dá, no que não dá, no que gostávamos que desse. Erro. Dói.
Todos sofremos de algum tipo de carência alimentar, justificada por traumas passados, inventados ou reais. Ao contrário de um bom vinho, quanto mais tempo passa, mais azedam no nosso coração e envenenam a nossa cabeça. Deitem a garrafa fora e comprem um vinho melhor.
O erro consiste na procura no Outro de um suplemento vitamínico. Cada pessoa que aparece na nossa vida é uma vitamina ou um mineral importante... mesmo uma “Potássio”.
A dieta equilibrada só o é se incluirmos um pouco de tudo na nossa alimentação emocional. Para isso é preciso maturidade, para assimilarmos só o que nos faz bem e o que realmente precisamos.
As pessoas, tal como os alimentos têm partes maravilhosas e saborosas e outras que chegam a ser venenosas. Não é por isso que as devemos afastar da nossa vida, apenas devemos consumi-las com moderação.
Se chegarmos a uma relação saciados, não vamos cheios de expectativas de sermos alimentados. Até porque não há alimento que nos sacie durante muito tempo.
Só nós sabemos exactamente o que precisamos e como obtê-lo.

segunda-feira, abril 02, 2007

O regresso da Tigela

Resisti, confesso.
Durante anos e anos quando a ideia de voltar a ter franja como em 82 (se bem que a franja da altura era apenas uma parte da tigela que rodeava a minha cabeça) me assaltava, eu lutava contra ela como o Frodo Baggins lutava contra o poder nefasto do anel.
Hoje, devagarinho, tesourada a tesourada, ganhei uma franja nova e a respectiva alcunha graciosamente dada pela minha Directora Criativa: “Franjinhas”. Se bem que ela pediu o número do cabeleireiro de seguida. Mas pode ter sido para fazer uma denúncia por maus tratos.
Como se isso não fosse suficientemente traumatizante, recebo o golpe de misericórdia do poder Paternal: “Tãooooo gira! Pareces mais nova... Quando eras pequenina tinhas o cabelo assim” (isto foi acompanhado por uns olhos ligeiramente humedecidos e um sorriso capaz de derreter um iceberg).
O dia no emprego foi compridoooooo. Há falta de melhor assunto, a minha franja esteve na ribalta.
Vou comprar um chapéu.

quinta-feira, março 08, 2007

Há dias de cão, ou de cadela

Era hoje que eu espancava calmamente quem me aparecesse no caminho.
Depois de muito pensar qual seria a razão do meu profundo mau humor, descobri que estava intimamente ligado à quantidade de mails idiotas que recebi sobre o “Dia da Mulher”. Cheguei então à iluminada conclusão que o Dia da Mulher despoleta o meu lado masculino-agressivo.
Ainda bem que só acontece uma vez por ano.