Fazer filmes
O comportamento humano aparentemente complexo rege-se pelo mais básico dos sentimentos, a carência. Por muitos adereços novos com que enfeitamos a nossa vida, rapidamente passam de novos para usados. Perdem o brilho, a novidade e, deixam de nos provocar entusiasmo para se tornarem dados adquiridos ou lugares comuns.
A mente humana, cheia de truques e trejeitos inventa filmes, romances, vilões, tramas e dramas para que a realidade ganhe tempero.
Há sempre alguém no emprego que nos faz ir mais produzidas, há sempre alguém que é odioso e mesquinho e há sempre uma série de gente que alterna entre odioso / adorável e indiferente. Basicamente, é tudo da nossa cabeça. Depende tudo da nossa disposição e em última análise do nosso nível de carência. É giro fazer filmes mas temos uma falsa sensação de controlo que pode desabar a qualquer momento. Tendo isso em consideração podemos deambular acordados dentro da nossa cabeça, apenas temos de ter cuidado para não tornar figurantes em personagens principais.